HISTORINHA >> Sandra Modesto
Diga que não sou de nada
Que não valho nada
E que não há nada
Mas tenho você.
Diga que o amor se perde
Que a paixão inunda
Que o mundo é covarde...
Mas tenho você.
Diga que a lua esquenta
Que o sol adormece...
Que a dor aumenta
Mas tenho você.
Diga que o verbo se cala
Que a fala estremece
Que a vida se espalha.
Mas tenho você.
Diga que o coração medita
Que a noite é pequena
Que a alegria é esquisita
Mas tenho você.
Se depois de encantos
Eu me fazendo de tonta
Perceber que você é um aflito
Pode estender assim
A paixão extermina
Desenhar versos em mim.
Mas tenho você.
É um estranho querer...
Mesmo sem rumores
Talvez enterneça.
Preciso deitar-me na rede
Enrolar meus sonhos
Saciar minha sede.
Eu tenho você.
Sigo sem saber
Com eterno sorriso
Sentindo o surpreso prazer...
Mas tenho você...
Não vou querer camas unidas
Muitos movimentos.
No jogo de orgasmos.
Numa tarde que chama
Na noite comprida.
Espichando sonhos
Aquecer a calma.
Afagar a alma.
Assustar-te despida...
Acordar estranha e espreguiçada
Não me importar com o tempo
Se você ficar ausente
Eu vou me abraçar.
Eu posso encolher.
Eu posso fugir
Mas tento entender.
Porque era Você. Porque era Eu.
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