COERÊNCIA >> Paulo Meireles Barguil

Aprendemos o que vivemos, sentimos, degustamos com todo o corpo, e não somente o que é recebido por um dos sentidos.


É por isso que a máxima "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu falo." não funciona.


Se o equilíbrio fosse apenas entre o discurso e a ação, seria fácil.


Porém, nessa equação, também comparecem  o sentimento e o pensamento, tornando a resolução daquela um desafio inqualificável.


A todo instante, cada indivíduo tem a missão de resolver a configuração que se apresenta.


As situações conhecidas costumam receber respostas automáticas, pouco importando a adequação dessas.


Quando, contudo, a circunstância é inusitada, abre-se a possibilidade e a necessidade de elaborar uma manifestação, a qual pode ser inédita.


Nesse momento ocorre no organismo uma indescritível profusão de hormônios e descargas elétricas, com fluxos e polaridades múltiplas.


Quem é que sabe disso e ainda acredita em coerência?

Comentários

Carla Dias disse…
Ah, a coerência... sei lá, às vezes ela se perde da gente. Ainda bem... :)
Zoraya Cesar disse…
Paulo, esses pequenos desafios diários, dos quais nao nos damos conta pq automatizamos a resposta, o qto de vida a gente perde, né? E, realmente, exigir coerência matemática desse feixe de impulsos químicos, neurais, elétricos etc etc ad infinitum é mta ingenuidade. Amei seu texto.
Albir disse…
Tem razão, Paulo! Chega a ser ridículo ostentar pretensa coerência.

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