O CRONISTO >> Paulo Meireles Barguil
Tendo em vista os acalorados debates sobre gênero, talvez tenha chegada (ou passada) a hora de ser abolida a configuração atual de substantivos e adjetivos de dois gêneros.
Nem meu ofício, nem meu lazer estão relacionados às letras, sejam elas consoantes ou vogais.
Considerando, todavia, que tanto meu ofício, como meu lazer são vislumbrar o que ainda não se materializou, apresento minha proposta.
Doravante, as palavras terminadas em a serão femininas.
De agora em diante, os vocábulos concluídos em o serão masculinos.
Doravante, as palavras terminadas em a serão femininas.
De agora em diante, os vocábulos concluídos em o serão masculinos.
Proponho a criação de léxicos terminados em e ou i, caso esses já existam, para contemplar as pessoas que não se identificam com esses dois gêneros, bem como também aquelas que se identificam com os dois e, ainda, quando o gênero é desconhecido, em virtude da situação, podendo, portanto, se referir a cada um.
O artigo precedente destas palavras será o i, pois a e o estão impedidos.
Quanto ao e, ele já é muito ocupado.
Acho mais prudente guardar o u para outra oportunidade...
Após essas sucintas explicações, vou ao que interessa!
A palavra cronista, por exemplo, será utilizada apenas quando a pessoa for mulher.
No caso de homem, o vocábulo adequado será cronisto.
Nas demais situações, conforme exposto, croniste é a forma pertinente.
"Eduardo está procurando umi croniste que deseje escrever para o site".
E no caso de plural?
Simples: é só acrescentar o s.
"Eduardo está procurando cronistes que desejem escrever para o site".
Sinto-me, agora, em paz com minha consciência: a ideia foi lançada.
Não me perguntem o destino e a velocidade da mesma!
As suas (quase) infinitas implicações, tampouco, não me pertencem: são centelhas legítimas do Universo.
As formas masculinas e femininas já consagradas permanecem como estão.
Os demais casos serão resolvidos peles profissionais linguistes, que escreverão mais algumas regras e esclarecerão as circunstâncias omissas.
Estou tranquilo: o que seria da Língua Portuguesa se não existissem as exceções?
Já basta uma Matemática no mundo...
Comentários