TRADUZINDO OS MUNDOS >> Paulo Meireles Barguil
O convite do Universo ao Homem é que esse o decifre, interprete, bem como a si mesmo.
A singeleza da convocação é inversamente proporcional à complexidade da sua realização...
Imprevisível que nos fascina. Garantia de brincadeira eterna.
Quem vai? Quem fica?
Quem está de bandeirinha? Quem é café com leite?
Será que a curiosidade é filha do medo?
E haja adrenalina, dopamina, noradrenalina, serotonina, endorfina, acetilcolina...
Abrir as entranhas do mundo e de si.
Macro e micro profundamente vinculados.
Identificar padrões. Descobrir uma lógica. Constituir leis.
O mundo, afinal, muda ou não muda?
Sofremos porque não admitimos que a transitoriedade é inerente à vida.
Aceite a vida. Aceite a morte. Aceite a alegria. Aceite a tristeza.
Tão simples. Tão difícil.
Brigamos — muitas vezes literalmente! — com o mundo. Gritamos o quanto ele é injusto.
Agonizamos porque ficamos congelados no episódio dolorido, o qual se eterniza em variadas situações.
Ninguém pode nos libertar dessa calcificação pelo simples motivo que somente cada de um nós é que pode identificar tal cenário e decidir dele sair.
Zumbis emocionais vagamos a esmo: de madrugada, de manhã, de tarde e de noite.
Usamos morfinas variadas para tentarmos esconder, de nós e dos outros, uma diferente septicemia.
Chegará o instante em que entenderemos as intricadas conexões entre emoção, corpo, cognição, alma...
Até lá, continuaremos sujeitos a traduções literais, em virtude do diminuto conhecimento ou cuidado, que tanto empobrecem a realidade.
O belo filme "The Physician" aborda a Medicina no século XI, numa saga memorável em prol do saber.
No Brasil, como exemplo da falta de atenção, o mesmo foi traduzido como "O Físico"...
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