CHUCK BERRY>>Analu Faria
Chuck Berry morreu. Sim, eu sei, o presidente disse que mulher tem valor porque sabe o preço do mercado. Mas Chuck Berry morreu. Pois é, um atentado terrorista horrível aconteceu hoje na Inglaterra. E sábado Chuck Berry morreu. A terceirização foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas você sabia que Chuck Berry morreu? Certamente a reforma o desastre trabalhista sai este ano. E quando sair, Chuck Berry, o pai do rock, estará morto. Chuck Berry que fez música como quem mata aula para beber cerveja num boteco estranho com gente esquisita. Chuck Berry de "My ding-a-ling", canção que me fez chorar de rir quando tudo ao meu redor era sertanejo idiotizante (que resolveram chamar de "universitário").
Chuck Berry morreu, mas foi só isso que se disse dele. Aparentemente, não se fala em seu legado. Sei lá, vai ver que é porque não se fala de cor em época de daltônicos. Chuck Berry revolucionou o mundo ao dar voz a uma era nova, pós-guerra e crente que o mundo seria uma grande esfera de felicidade technicolor. Não foi. E daí? O que importava é que o momento era de espalhar que se podia, sim, ser Johnny B. Goode.
Precisamos falar sobre Chuck Berry , mesmo que nosso tato seja falho, que os olhos só vejam cinza, que o gosto azedo da crise seque a boca, que o olfato só sinta o cheiro de carne podre da Friboi. Se esses sentidos falham hoje - vide Trump, Bolsonaro, Estado Islâmico - que o rock não morra nos nossos ouvidos.
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Eriberto