LAVANDO AS LETRAS >> Paulo Meireles Barguil
Na crônica passada, discorri sobre a relação entre a felicidade masculina e o ato de lavar louças.
As manifestações advindas da leitura da mesma foram surpreendentes, seja pela quantidade, seja pela patia.
No que se refere ao primeiro aspecto, recebemos, eu e o Editor Chefe, dezenas de e-mails, com conteúdos bastante antagônicos.
Em relação ao segundo aspecto, elas se dividiram entre os indivíduos contrários e as pessoas favoráveis ao seu conteúdo.
Aqueles, além questionarem as pesquisas citadas — quantidade de sujeitos e de louças lavadas, período de observação, quantidade de sujeira das louças, temperatura da cozinha, cheiro do sabão, uso ou não de luvas... — sugeriram que eu voltasse à pia e me afastasse do teclado.
Aquelas, por sua vez, foram unânimes em elogiar a minha coragem de abordar uma temática tão sensível ao cotidiano familiar e pediram para que eu também escrevesse sobre a lavagem de roupas, bem como sobre a limpeza e a organização da casa.
Para aqueles, declaro, surpreso, que eu escrevi apenas uma crônica — não uma Lei, nem o 11º mandamento, quiçá uma fábula — e que ignorava que tal palavra expressasse a situação de vocês, mormente os casados.
Para aquelas, sugiro que solicitem ao celebrante do casamento ou quando da renovação dos respectivos votos — Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe — a inclusão no juramento, depois de tristeza, de "na limpeza e na sujeira, na organização e na bagunça,".
Aceito, por fim, humildemente, a determinação do Editor Chefe de inserir, doravante, no final das minhas crônicas a explicação abaixo:
As opiniões desta crônica são de responsabilidade do cronista e não expressam, necessariamente, o entendimento do Crônica do Dia.
Comentários