`A PROCURA << Cristiana Moura
Ando esvaziada de mundo. É tanta a correria cotidiana que estudos e afazeres tem me roubado a poesia.
Não é coisa de assalto. Não há ameaça visível. Nem há susto ou medo. É coisa de furto que leva de leve a carteira de dentro da bolsa. Aí a gente só dá falta bem depois e não sabe direito nem onde nem como aconteceu.
O cotidiano roubou-me a poesia!
— Respira fundo, dilata os póros e sente — há de encontra-la.
Vou coar um café para tomar na varanda enquanto procuro as palavras que ando perdendo por aí.
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