PAU QUE NASCE TORTO OBEDECE QUEM TEM JUÍZO >> Mariana Scherma
Esses
dias, virei pra minha mãe e falei “enganei o bobo na casca do ovo”. Na hora
parei e pensei “oi?”. De onde eu tirei essa frase de mil novecentos e sei lá
quanto?! Como se engana um bobo na casca do ovo? Tira todo o conteúdo do ovo
por um furinho e entrega o ovo vazio para a pessoa? Ou só entrega um ovo podre.
Nesse caso, a gente entra na questão “por fora, bela viola. Por dentro, pão
bolorento”. Existem violas com pão embolorado dentro? Por que justo viola para
embalagem? Eu me divirto com esses ditados populares, mas, como jornalista,
morro de medo deles por deixarem o texto pobre quando utilizados só pra encher
as linhas necessárias. Ah, só pra constar: o Google me avisou que o ditado do
ovo tem a ver com a princesa Isabel dizendo ser impossível manter um ovo em pé.
E aí toda a corte foi tentar deixar o ovo em pé, até que um sujeito cozinhou
ovo antes e conseguiu.
E
quando você guarda um segredo às sete chaves? Eu tenho três ou quatro chaves e
já me enrolo inteira com elas. Se tivesse sete chaves pra chegar em casa, bem
provável que eu dormiria na rua, na calçada ou na portaria do prédio, com muita
sorte. Esse ditado também tem a ver com os tesouros da família real portuguesa
muito bem guardado, com várias chaves.
Dos
ditados populares, alguns me fazer rir e, confesso, solto eles no dia a dia
(menos nos meus textos pra não empobrecer, só se for pra fazer uma gracinha). “Onde
a vaca vai, o boi vai atrás”, mamis dizia isso pra mim quando era criança e não
saia do pé dela. Depois quando virei adolescente e, idem, não saia do pé dele.
Adulta, quando estamos juntas, mesma coisa. Onde a vaca vai, a boizinha vai
atrás. Adaptamos pra gente. Mamãe também é a rainha da frase pronta: “aquela
fulana não caga e não desocupa a moita”. Amo esse com todas as minhas forças
porque sempre imagino a fulana fazendo seu número dois na moita. Prisão de
ventre é difícil.
Sobre
dar segundas chances, Cumpadre Washington já sentenciou: “pau que nasce torto
nunca se endireita”. Será? Não é ser muito fechado para as mudanças isso? Ou
estaria ele apenas se referindo a um graveto. Até porque não tem como
desentortar um. Bom sei lá, só acho mesmo que rir é o melhor remédio e não
necessariamente quem ri por último ri melhor, porque rir sempre é bom. Por hoje
é só, vou ficar aqui pensando na morte da bezerra (tadinha) e tentando
desvendar que cor é cor de burro quando foge.
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