DAS PEQUENAS OBSESSÕES >> Mariana Scherma
Já
tem alguns bons anos que esmalte colorido virou febre. Febre amarela, febre
vermelha, febre azul-royal, febre azul-piscina, febre apenas... Ah, antes de
continuar aqui, desculpe você aí, mas hoje vou escrever sobre um assunto
mulherzinha. Eu comecei comprando um ou outro e, quando me mudei para o atual
apartamento, vi que havia enchido duas gavetas do armário do banheiro apenas de
esmalte. Passados três anos que moro nesse apartamento, os esmaltes foram dando
cria e sendo guardados até no armário da cozinha (é, eu tenho mais esmalte que
panela e prato, isso pode dizer algumas coisas sobre mim, eu sei).
Achei
absurda a quantidade e resolvi dar embora alguns e jogar os mais velhos e quase
no fim fora. O objetivo era voltar às duas gavetas iniciais. Cheguei ao meu
objetivo de “apenas” duas gavetas de esmaltes separados por tonalidades (cores
quentes na gaveta de baixo, cores frias na de cima) e cheguei também à
conclusão de que a indústria de cosmético me faz de palhaça. Ãham. Dos 30 (tô
chutando esse número, porque pode ser mais, bem mais) tipos de azul, alguns são
idênticos, só mudam a marca. E por que eu compro se são iguais? Por que uma
marca lançou primeiro, mas a segunda tem duração maior e a terceira, ai, estava
tão baratinha! Quem é que precisa de 30 a poucos esmaltes azuis idênticos? Não,
eu não preciso.
Mas
eu adoro. Tanto. Meu humor ficar melhor quando minhas unhas estão coloridas. E,
de tanto usar cores diferentes para as unhas, senti que elas atraem mais
simpatia das pessoas. Existe algum código entre quem gosta desse tipo de cor e
você faz amigas, do nada, só porque está usando um novo tom de coral nas unhas.
“Qual é a cor?”, “que unha linda!”, “adorei sua unha” são as frases mais comuns
entre as adoradoras de esmalte. Nós formamos um time, que lança um olhar de
amizade graças às cores nas pontas dos seus dedos.
Talvez,
por isso eu me sinta mais feliz com as unhas em tons variados. É a explicação
mais lógica. Você faz conhecidas-possíveis-amigas só por ter colocado um
pinguinho de cor no mundo. E por esse motivo, apenas por esse, não vou ficar
brava com a indústria de esmaltes. Afinal, eles fizeram as mulheres mais
próximas, quem aí mesmo disse que mulher só sabe competir com outra mulher? Mas
uma coisa é certa (ou quase certa): não compro mais esmaltes tão cedo. Ou
talvez compre, caso lancem alguma
cor-praticamente-igual-a-que-eu-já-tenho-mas-um-pouquinho-diferente. Como diria
meu amigo: mulheres, vai entender...
Comentários